sábado, 2 de junho de 2007

Etnomatemática: Reflexões sobre Matemática e Diversidade cultural


Bolsas, cestos e outros adereços

Este é o título do artigo da Visão (31 Maio 2007, pg. 112) onde divulgam o trabalho de Paulus Gerdes, um matemático moçambicano que se tem dedicado nas 2 últimas décadas a investigar a 'matemática congelada das culturas africanas'. O ponto de partida deste seu trabalho tem sido a recolha de artesanato maioritariamente de Moçambique (mas também de Angola e outros países africanos). E o artigo surge a partir do lançamento deste livro em Portugal.
Este matemático (professor da Universidade moçambicana Eduardo Mondlane em Maputo) com a sua equipa introduziu (nos finais da década de 70) uma disciplina nova nessa Universidade que veio a dar um rumo muito particular ao seu percurso científico (ver artigo). Intitulava-se Aplicações matemáticas na vida diária das populações e levou professores e alunos a visitar fábricas de cerveja e camponeses. Os alunos compreendiam como a Matemática podia ser útil e Paulus Gerdes apercebeu-se que as pessoas, embora analfabetas, produziam raciocínios matemáticos nas suas práticas diárias.


Começou então a interrogar-se sobre se não 'haveria uma matemática escondida' não estandardizada própria de cada grupo cultural e sobre como é que ela poderia ser valorizada (ver algumas das suas publicações). Esta é uma ideia base da corrente que se denomina Etnomatemática e que se dedica ao estudo da matemática usada por qualquer grupo cultural na compreensão e resolução dos problemas com que se deparam no seu quotidiano (sejam grupos profissionais, etários, étnicos,...).


Segundo Paulus Gerdes a inclusão do estudo de padrões geométricos tradicionais no ensino da Matemática tem dado bons resultados. 'Alunos que dizem odiar a disciplina passam o dia a resolver problemas'

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